Este é o tipo mais comum dentre as
várias categorias de antenas. Seu ganho sobre o isotrópico é de
aproximadamente 1,6 dB. Geralmente ela sozinha não constitui o próprio
sistema de irradiação, é uma parte básica dele, como é o caso das
antenas direcionais. Existem dipolos de vários tamanhos: o de meia onda,
e o mais comum, o de uma onda e meia (1,5 l).
Se tivermos um dipolo de l/2 que
esteja funcionando numa dada freqüência, ao dobrarmos a freqüência esse
mesmo dipolo será ressonante nesta nova freqüência, só que desta vez em
onda completa. No entanto, a impedância no ponto de alimentação não é
muito adequada, e seria recomendável alimentá-lo fora de centro em um
ponto que apresente melhor casamento.
CÁLCULO PRÁTICO:
Vejamos agora como podemos dimensionar um dipolo de l/2 para uma freqüência qualquer desejada. Como visto em COMPRIMENTO DE ONDA
temos: o comprimento de onda em uma determinada freqüência é igual à
velocidade de propagação da onda eletromagnética no vácuo ( 300 000 000
m/s) dividido pela freqüência (em Hertz) em questão ou então:
l = 300/ f (MHz)
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Na situação acima, f é
dado em MHz e l, em metros. Como a velocidade de propagação da onda
eletromagnética no vácuo é máxima e que em outros meios ela é menor, o
fio condutor da antena terá o comprimento de onda 5% menor. Dessa forma,
l será:
l = 0,95 x 300 / f (MHz) = 285 / f (MHz)
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Como um dipolo meia onda é l/2, resulta:
l/2 = (1/2) x (285/f) = 142,5 /f (MHz) = comprimento total ( extremo a extremo)
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Com esta equação temos um meio de calcular o tamanho para a antena desejada. Vejamos um exemplo:
Qual deve ser o comprimento de uma antena de meia onda para um transmissor que trabalha em 7050 MHz?
Comprimento da antena = 142,5/7,050 = 20,21 metros
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O comprimento de
20,21 metros é de extremo a extremo, portanto teremos dois pedaços de
fio de 10,10 metros. Veremos como efetuar a instalação de uma antena
dipolo clássica a seguir.
COMO INSTALAR UMA ANTENA DIPOLO PARA HF:
A instalação desse
tipo de antena é muito fácil, mas deve-se ter alguns cuidados para
evitar campos parasitas e valores de ROE indesejáveis. Como ela é uma
das mais usadas, vale a pena nos aprimorarmos um pouco mais no assunto.
A primeira coisa a
fazer é o cálculo do comprimento da antena pelas equações vistas
anteriormente. Por exemplo, para calcularmos um dipolo que funcione em
7060 MHz, temos:
l = l/2 = 142,5 /7,060 (MHz) = 20,18 metros
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Feito isso, o próximo
passo é a escolha do fio a ser empregado. Na maioria das vezes o que se
costuma fazer é utilizar uma bitola de fio que sirva para os casos mais
freqüentes, ou seja, casos em que temos potências envolvidas
relativamente pequenas. Essa bitola pode ser 12 ou 14 AWG para potências
de até 1 kW (1000 watts). Estações de radioamadores, faixa do cidadão e
alguns serviços comerciais se enquadram perfeitamente nessa categoria.
OsQRPistas não enfrentam tal problema, mas a bitola do fio maior
será interessante, pois assegura boa resistência mecânica. Utilize
preferencialmente o fio 12 AWG, pode ser encapado mesmo.
A maneira
tecnicamente correta de se instalar um dipolo de l/2 onda é pendurá-lo
por suas extremidades, deixando o cabo coaxial sair em ângulo reto para
baixo de seu centro ou então prendê-lo em sua parte central pelo
isolador, fazendo com que as duas metades formem um V invertido, num
ângulo de 90 graus. Essa configuração chama-se justamente V invertido.
Qualquer que seja a
configuração escolhida, vemos que o fio ficará tracionado, o que
acabará por alongá-lo, principalmente porque a liga geralmente empregada
nos condutores não é pura. Devemos então compensar um pouco esse
efeito, alongando um pouco o fio antes de fazer a antena. Isso evitará
que com o passar do tempo o próprio peso do cabo coaxial acabe por
deformar o dipolo. Para alongá-lo , amarra-se uma das pontas do fio a
ser usado em uma árvore ou poste, e por meio de um apoio amarrado na
outra ponta puxa-se o fio até que tenhamos um alongamento de uns 5% do
tamanho original.
Um outro detalhe,
posso mesmo utilizar fio encapado? Sim, não há motivo para preocupação,
pois tanto o fio encapado como esmaltado se prestam igualmente a isso. O
único detalhe é que no caso do fio esmaltado devemos raspá-lo antes de
soldá-lo.
Quando efetuar a
soldagem, procure raspar bem todas surperfícies antes de juntá-las para a
solda. Uma boa idéia seria a de dar uma estanhada nos dois lugares
antes de uni-los, para garantir que a solda faça contato quando as
superfícies são bem limpas.
Depois de esticar o
fio, com auxílio de uma trena medimos o comprimento l e, deixando uma
certa folga (mais ou menos 1 metro) para ambos os lados, cortamos o fio
no seu ponto central.
O cabo coaxial deverá
ter a sua extremidade desencapada (capa preta de vinil) uns cinco
centímetros; a malha deve ser desfiada e agrupada como um único
condutor. O condutor central deverá ter o isolante do coaxial removido
um centímetro a partir da ponta, soldando-se a malha e o fio interno do
coaxial num dos extremos de cada fio utilizado um isolador central que
pode ser comprado em casas especializadas ou feito de madeira ou
plástico.
Como último detalhe
temos as pontas extremas da antena. poderemos usar castanhas de cerâmica
ou isoladores de material plástico, vendido em casas do ramo.
A antena está pronta
para ser instalada entre dois pontos previstos para essa finalidade. Não
devemos esquecer que essa é uma antena direcional e que o máximo
desempenho, tanto na transmissão como recepção, se dá nas direções
perpendiculares ao eixo do fio condutor. Bons QSOs!
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