segunda-feira, 25 de junho de 2012

A TELEGRAFIA

A telegrafia é a arte de transmitir mensagens codificadas a distância, através de um aparelho especifico chamado telégrafo, que pode ser por sinais através de fios ou sem fios (radiotelegrafia). Telegrafia; Código Morse; C W; Continuos-Waves ou Carrier-wave (em inglês); codificação; transmissão cifrada; traduzimos tudo isso como linguagem sonora.
Os sons diferenciados produzidos ao manipularmos o telégrafo são capazes de oferecer um perfeito entendimento ao ouvido humano, o sistema é representado por sinais de convenção internacional.
Há sinais maiores e sinais menores além de espaços em cada letra e o ritmo é que dará a diferença entre as letras os números ou as acentuações.
Como os sinais formam o som, cada caractere, letra, número, acentuação ou pontuação tem o seu som característico, tornando-se inconfundível o som de uma letra, com o de outra letra qualquer ou com algum número, pois o som difere, como a telegrafia é uma linguagem produzida por som e ritmo torna-se uma linguagem cifrada; assim a grosso modo temos aqui resumidamente a telegrafia.
A telegrafia com fio, podemos definir como a transmissão de mensagens em sinais de Código Morse, com o auxilio da corrente que circula através do circuito elétrico ligados pelo fio entre o equipamento transmissor com o receptor (este sistema foi muito utilizado pelas companhias de estradas de ferro no mundo inteiro. A telegrafia sem fio (também chamada de T.S.F.), é a mesma transmissão em Código Morse, sendo que os sinais aqui são transportados pelas ondas eletromagnética do rádio através do espaço.
A primeira transmissão de telegrafia sem fio no mundo, sem duvida nenhuma e com toda certeza deve-se ao Dentista e Pesquisador norte americano MAHLON LOOUMIS.
Este pioneiro norte americano conseguiu irradiar e receptar pulsações causadas pela produção de um distúrbio elétrico na atmosfera, conforme consta anotado nos Arquivos de Patentes Americanas, esse fato e a Patente do aparelho aconteceu no ano de 1.872, nesta época Looumis foi chamado de pioneiro da telegrafia aérea.
Já o aparelho telegráfico foi inventado no ano de 1.835, por um pintor norte americano, SAMUEL FINLEY BREESE MORSE, que além de inventar o telégrafo, norteou e elaborou o respectivo código, que também leva o seu nome.
O Código Morse, até hoje é conhecido, utilizado e difundido em todo o mundo (são sinais constituídos por pontos e traços isso em uma demonstração gráfica mais simples), é o único utilizado no radioamadorismo com equipamentos simples, esse código consiste de várias combinações de som e ritmo, formando letras, números, sinais de pontuação e outros símbolos gráfico.
O som geralmente toma a forma de uma elevada tonalidade de áudio, nas freqüências de 420 até 1.740 Hertz por segundo, dependendo da preferência individual de cada operador na sua recepção, desta maneira é produzido sons diferenciados, cada letra, número ou pontuação tem o seu som característico (musiqueta), tornando-se inconfundível, pois o som difere, isto acontece porque a variação no ritmo e nos sinais de mais longos e curtos do som de cada caractere, usados nas comunicações telegráficas para transmissão de mensagens.
Já a telegrafia sem fio, (T S F), via rádio, através das ondas eletromagnéticas foi oficialmente patenteado (uma patente do ano de 1.896 na Inglaterra, mudou o rumo da historia), pelo engenheiro italiano Gugliemo Marconi, quando no ano de 1.895, iniciava a transmissão e recepção de sinais do telégrafo de Samuel Morse, sem fio (T.S.F.), via ondas eletromagnéticas através do rádio, dois anos depois das transmissões feitas em São Paulo pelo nosso patrício Padre Roberto Landell de Moura.
Quero aqui relembrar a importância da telegrafia na trágica colisão do enorme e moderno transatlântico TITATIC contra um iceberg as 23:41 hs., do dia 14 de abril de 1.912, em sua viagem inaugural entre as cidades de Southampton, Inglaterra e New York, nos Estados Unidos.
As 00:15 hs., do dia 15 a estação de rádio começava a transmitir ao mundo dentro dos limites do rádio daquela época através do telegrafista chefe Philips, as letras C Q D, C Q D, na época era o sinal tradicional para pedir socorro, seguidas de M G Y, que era o prefixo do navio TITANIC, C Q D, significa : "Came Quik Disaster", (traduzindo: Venham Depressa Desastre), A partir deste momento os dois telegrafistas do Titanic passaram a transmitir esta mensagem de socorro sem descanso, o primeiro navio a recepta-lo foi o "CARPHATIA", 58 milhas ao sul de sua posição, rumando imediatamente para o local do desastre, diversos outros navios captaram o pedido de socorro inclusive o "OLIMPIC", irmão- gêmeo do Titanic que se encontrava a 500 milhas de distância do local do desastre.
Consta nos noticiários da época de que até mesmo um radioamador de New York, captou sinais de socorro do Titanic e os retransmitiu.
A 01:30 hs., o telegrafista chefe Philips do Titanic transmitiu aos ares o primeiro S O S da historia que permanece até os dias de hoje como sinal de socorro, S O S quer dizer "Save Our Souls" em inglês, que traduzindo quer dizer : (Salve Nossas Almas). Letras do Código Morse muito mais fáceis de se transmitir e receptar do que o antigo Q S D, em casos de emergência.
Os telegrafistas do Titanic foram dispensados das suas funções às 02:17 hs., e as 02:20 hs., o enorme transatlântico desapareceu para sempre da superficie do mar carregando em seu bojo 1.500 vidas humanas.
O rádio e o radioamador surgiram quase que simultaneamente em virtude do grande interesse em pesquisar todos os fenômenos eletromagnéticos.
O vertiginoso desenvolvimento tecnológico torna inadequada a primitiva montagem artesanal de equipamentos, contudo permanece aberto o extenso campo de investigações em torno de antenas e da propagação dos sinais rádio-elétricos transportados pelas ondas eletromagnéticas.
Basicamente o radioamadorismo compreende a emissão ou a recepção de símbolos, caracteres, sinais escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza, entre elas a telegráfica.
O radioamador tem a finalidade de treinamento próprio, comunicação , pesquisa técnica e o aprimoramento da telegrafia, (CW; Continuos Wave em inglês).
Aqui não cabe discutirmos se a telegrafia hoje é ou não ultrapassada, apenas vamos frisar e sustentar de que o radioamadorismo, aquele levado a efeito por verdadeiros radioamadores à título pessoal e que não visem qualquer outro objetivo, a não ser o de treinamento próprio, tem a obrigação e o dever moral de manter acesa e viva a chama da telegrafia, pois esta é a única maneira de conseguirmos legar ao futuro não muito distante os 162 anos herdados da telegrafia de Samuel Morse.
Desde os primórdios da civilização, ávidos da necessidade de comunicação a distância, levou o homem a criar inúmeros sistemas que possibilitavam a transmissão de suas mensagens entre dois pontos.
Estas transmissões originariamente foram através de sinais sonoros ou luminosos emitidos num local, sendo traduzidos no outro por um código comum. Entre os sistemas telegráficos mais importantes no mundo figuram além do de Samuel Morse (Estados Unidos da América do Norte), o de Wheastone (Inglaterra), e o de Steinhail (Alemanha). O sistema de Samuel Morse foi o que se apresentou de forma mais completa, conservando suas linhas básicas até os nossos dias.
Em época mui recente foi criado o Comitê Internacional Telegráfico nos Estados Unidos da América, com o intuito de padronizar as transmissões telegráficas, adotando codificações e freqüências normatizadas.

Autor : Mário Keiteris - PY2 M X K
Na esperança de que o presente artigo seja do agrado de todos espero seus comentários, críticas ou sugestões, pôr agora despeço-me com um forte e cordial 73.

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