sexta-feira, 20 de abril de 2012


Depois do sucesso da transmissão transatlântica do Marconi no ano de 1901, registra-se nos Estados Unidos um vertiginoso desenvolvimento na auto construção e experimentação de aparelhos TSF (telegrafia sem fios).
Ate o ano de 1908 é difícil distinguir entre os experimentadores por motivos profissionais, ou comerciais, e os radioamadores verdadeiros.
O ano em que nasceu a atividade radioamadoristica é possivelmente o ano de 1907, onde encontra-se um artigo que inicia-se com o título “COMO SE FAZ”, da Revista "Electrician & Mechanic Magazine" com uma minuciosa descrição dos componentes e aparelhos para as comunicações TSF de débil potencia, explicando detalhadamente sua auto construção.
Entre muitos artigos escritos por radioamadores desta época, que divulgavam com todos os detalhes suas experiências e seus resultados. Tais artigos escritos se fazem diferenciar dos experimentadores profissionais, divulgando segundo a concepção de cada radioamador que se dedicava aos estudos técnicos sem nenhum proveito econômico.
Ao ir aumentando o numero de radioamadores e ante o possível caos que se poderia organizar nas freqüências, no ano de 1912 foi promulgada a Lei TALF segundo a qual, nos Estados Unidos já existiam mais de 1000 radioamadores que teriam que obter uma licença federal, sendo que também foi limitada a potencia de saída em 1000 watts, ainda foram obrigados a abandonar as ondas longas, e concentrar-se ao redor da onda de 200 metros.
Segundo as opiniões difundidas naquele tempo, ate em ambientes científicos, estas ondas não permitiam comunicações a grandes distancias. Com efeito, com a potencia de 1000 watts, os radioamadores no ano de 1914 conseguiam a duras penas comunicar-se entre 200 a 300 kilometros, empregando receptores muito complicados.
É constituído naquele ano, em “Hartford, Connecticut, a ARRL (American Radio Relay League“), com o desejo de coordenar a atividade dos radioamadores e realizar, com a repetição de mensagens, uma aproximação de lugares situados nos extremos e confins dos U.S.A.
Nas estatísticas do ano de 1915 os sócios da associação tinham uma idade compreendida entre os 15 e 65 anos.
Os radioamadores demonstraram que, mesmo empregando um comprimento de onda pouco vantajosa e uma potencia limitada, podiam com apenas 5 transmissões fazer chegar uma mensagem desde a costa Atlântica ate a Califórnia em menos de uma hora.
Depois da Primeira Guerra Mundial registra-se um grande desenvolvimento de atividades dos radioamadores. Enquanto na Europa havia dezenas de emissoras amadoras, nos E.U.A., em 1920 já existiam 6000.
Com as melhorias introduzidas e com emprego de válvulas termiônicas tanto para receptar como para transmitir, os radioamadores começavam a pensar seriamente na união transatlântica utilizando potencias menores que 1 KW, em contraste com as centenas de kilowats necessárias nas potentes emissoras comerciais de ondas longas.
Foi depois de três experimentos coordenado pela ARRL americana e a RSGB inglesa e graças a um comunicado que durou varias horas na noite de 28 de novembro de 1923 entre Fred Schnel (USA) e o frances Leon Deloy, empregando menos de 400 watts em uma onda de 110 metros, ficou demonstrado que as ondas curtas melhor que as ondas longas, onde conseguia-se comunicações a uma distância excepcionalmente grande com uma potencia relativamente pequena (naquela época).
Anteriormente ao ano de 1927, o nascimento da radiodifusão e o desenvolvimento de muitos serviços que empregavam a radio comunicação, criaram uma situação extremamente perigosa para a sobrevivência do radioamadorismo ( estamos vivendo este “ripley” na atualidade).
Afortunadamente os Estados Unidos, pais de maior progresso neste campo, tendo por baixo o ponto de vista a quantidade de radioamadores, demonstraram que com uma legislação inteligente, um grande numero de emissoras com destino de variados serviços poderiam conviver no espectro geral.
Depois da radiodifusão veio, por exemplo, a redução do comprimento da banda, para apenas 9 MHz. Para as emissoras comerciais, da marinha, do exercito foram proibidas de empregar transmissores de chispas, já que naquele tempo representava uma geração de interferências em ampla parte do espectro, e assim sucessivamente.
A legislação americana foi em grande parte aceita pela Conferencia Mundial ITU (Unión Internacional de Telecomunicaciones) no ano de 1927, a qual, pela primeira vez, estabelecia a exatidão das radio comunicações desde as ondas longas até as ondas curtíssimas de 5 metros (60 MHz.).
Desde 1927 em diante, através de varias Conferencias ITU, o Serviço do Radioamador foi variando progressivamente no seu aspecto e no espectro.
Na Conferencia de 1927 as bandas aceitas foram seis; a mais alta, de caráter pioneiro, terminava em 60 MHz.; A soma das gamas de ondas compreende 3485 KHz.
Depois da Conferencia de Genebra de 1959 as cinco gamas de onda decamétricas somavam 2500 KHz. Exclusivamente, compartilhadas conjuntamente com outros serviços em mais de 400 KHz.
Com o aumento do numero de radioamadores ( um pouco mais de 200000 no ano de 1927, para mais de 1 milhão no ano de 1978, (hoje temos mais de 3500000), e ao reduzir-se o espectro disponível, foi inevitável a obrigação de melhorar os meios técnicos para reduzir a amplitude dos canais ocupados pelos transmissores e, por outra parte, para obter uma recepção limpa de interferências, causadas pelo congestionamento das bandas.
Paralelamente ao progresso dos meios de transmissão e recepção das bandas decamétricas, busca-se ao máximo uma eficiente utilização das bandas de VHF , UHF e SHF, não somente para comunicações em zonas visuais, como também nas comunicações a longa distância.
Observando os ciclos do progresso tecnológico devido a atividade dos radioamadores, notamos nitidamente que nos primeiros 35 anos, foram dedicados particularmente seus esforços para a melhoria dos circuitos.
Nos 60 anos seguintes foram resolvidos com os estudos dos radioamadores o aperfeiçoamentos das antenas de elevado ganho, foram realizados estudos sobre a propagação das ondas métricas (VHF), para alem do horizonte, para logo voltar aos últimos 10 anos, onde a melhora dos circuitos com a utilização de uma ampla gama de semicondutores não apenas nos transmissores, como também nos repetidores instalados em zonas elevadas e nos satélites que circundam o nosso planeta.
Estes últimos orbitando a uma altura de uns 1500 Km., permitem em cada ponto compreendido na banda de influencia, cerca de 20 minutos de comunicações VHF e UHF ate uma distancia de 7000 Km., a cada 115 minutos.

Autor : Mário Keiteris - PY2 M X K
Na esperança de que o presente artigo seja do agrado de todos espero seus comentários, críticas ou sugestões, pôr agora despeço-me com um forte e cordial 73.

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